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Alceu Moreira fala sobre repercussão do celular fora da sala de aula

O deputado federal Alceu Moreira (MDB), que há poucos dias esteve em Santo Antônio quando da convenção do seu Partido que escolheu Gabriel Diedrich como novo presidente do diretório municipal da sigla, substituindo Ferulio José Tedesco, conversou com a FOLHA PATRULHENSE, demonstrando muita satisfação pela transformação em lei pelo presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva, do projeto de lei de sua autoria, disciplinando o uso do celular em sala de aula.

NÃO PROIBIR, MAS RESTRINGIR
O parlamentar disse que quando a lei foi elaborada em 2015, o sentido não era o de proibir, mas sim restringir o uso “porque proibir pura e simplesmente era um ato policialesco, pois tiraria da criança essa possibilidade. O que víamos naquele momento, para mim que vim do tempo do pão com banha, em que não podíamos conversar com um colega do lado, porque atrapalhava a aula, e não se pode hoje fazer isso, mas ter um telefone celular com internet aberta diante dos olhos é possível, qual a chance que um professor de história, geografia, matemática ou português, tem de ar o conteúdo para o aluno, se ele está no telefone celular conversando com os coleguinhas que estão fora da aula o tempo todo ou o do seu lado conversando? Nenhuma. Então a ideia de tirar o celular da sala de aula, não era para proibir, mas para restringir.”

UNANIMIDADE
O deputado disse ser muito importante saber que o Brasil inteiro hoje utiliza essa ferramenta com um grau de adesão que nunca ninguém tinha visto. “E foi aprovado pelo Psol e o PL, representando quase a unanimidade da Câmara, e que achei que teria grande resistência principalmente na periferia das cidades maiores, onde poderíamos ter agressão de professores que são casos absolutamente isolados”, explicou o parlamentar de origem norte-litorânea.

BRINQUEDOS DA INFÂNCIA
Moreira revela que na primeira semana, na grande maioria, a própria criança que se revoltou com isso, era a primeira a aplaudir, porque voltou a brincar.
“Temos casos, como o dos meus netos que voltaram a acertar para jogar taco à tarde. Tem gente no interior do país jogando bolinha de gude outra vez. É a volta das mesmas brincadeiras que tínhamos quando crianças. Os alunos saem da sala de aula, onde ficaram quatro horas sem celular. A restrição mudou completamente o comportamento. O professor se sente muito mais útil em sala de aula, mas é bom que isso se estabeleça, mas isso não é área de conforto para dizer ‘agora que foi tirado, está bom’. A tecnologia veio para fazer a modificação. Os projetos didático-pedagógicos têm que estar na tela do celular”, acrescenta Alceu Moreira. Ele vai adiante: “A curiosidade é a mãe da inteligência. Não é por acaso que nós e nossos filhos ficamos agarrados ao celular o dia inteiro, porque a tela do celular provoca a curiosidade. Tem hora que nós mesmos, até pela nossa idade, amos o dia inteiro para descobrir, nem se sabe o que.”
Salienta o parlamentar que para o aluno, no projeto educacional, tem que estar o conteúdo que ele quer ter o, provocando a curiosidade, para que faça pesquisa na tela do celular para fazer o aprofundamento e a absorção do conteúdo.

DEBATE
“Na Fundação Ulysses Guimarães que presido, discutimos isso com outras nove fundações e há projetos com todo o ferramental possível para a escola do futuro, para transformar uma criança que pode ter a absorção de conteúdo muito maior do que a que temos hoje: uma escola de ensino integral que gera algo que para nós é fundamental em política: cada vez que se ouve uma conversa sobre política se diz que o maior problema hoje é desigualdade social, mas isso vai continuar existindo. Por isso é preciso gerar igualdade e oportunidades”, afirmou o deputado.

A ESCOLA DO FUTURO
Exemplificando disse Moreira: “O aluno do Monjolo, o pessoal de qualquer distrito de SAP não pode ter uma escola pior que a melhor escola particular de SAP. Nos governos do MDB a Escola do futuro tem que estar na sala de aula para alunos de ensino integral: ele quando sai dos dois últimos anos do ensino fundamental e nos dois primeiros anos do segundo grau, tem que sair falando dois idiomas fluentemente como um cidadão do futuro. Gerar igualdade e oportunidade para as crianças é justiça social. Então essas ferramentas que a legislação quer promover é: tirar o celular, mas colocar toda a ferramenta de provocação da curiosidade num projeto didático-pedagógico, de tal maneira que a escola da pessoa mais pobre seja um espaço de estado onde a igualdade e oportunidade é oferecida para todos,” concluiu o deputado federal Alceu Moreira.

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